Composição: Moacyr Franco
Se os teus olhos faltarem um instante da vida Se o coração vacilar, retardando a batida Se o teu corpo cansado, curvar-se vencido Na estrada comprida, na batalha perdida Tuas mãos, só tuas mãos, gêmeas no riso e na dor Manterão sempre acesa a luz votiva do amor Mãos que se juntam na prece num momento supremo Quando, no altar, duas vidas se juntam também Mãos que abençoam o filho que parte, talvez, para sempre E, depois, vão tecer um casaco de lã para o neto que vem Mãos que dão lenitivo aos que foram vencidos na vida Mãos que nunca recusam, num gesto, o perdão Mãos que arrancam das cordas de um violino nervoso e agitado A música divina que torna todos os homens irmãos Mãos, que após o silêncio que cai sobre a vida que cai Juntam o silêncio àquelas que um dia, também, foram mãos Também, foram mãos... Também, foram mãos
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